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Gestão de Pessoas como a Alavanca Estratégica do Século XXI

 

O livro Você Erra Todas as Tacada que NÃO DÁ: uma lição de liderança, escrito pelo professor Jefferson Leonardo e lançado pela Editora Qualitymark em 2013, convida você dar as tacadas certas nos dilemas da liderança, da gestão de pessoas e das circunstâncias comportamentais, através da analogia da arte do golfe e do mundo empresarial em reconfiguração, com histórias, ensinamentos e situações reais do dia a dia, de uma forma agradável, simples e instigante.

 

Temos aprendido com os líderes empresariais responsáveis por negócios que, o maior obstáculo não reside mais apenas na falta de Capital, Mercado ou de Tecnologia, mas nas pessoas, que precisam adotar um conjunto de atitudes que são também imprescindíveis para o sucesso no jogo do golfe como: Foco, Disciplina, Visão do todo, Harmonia, Maestria no uso dos Recursos, Paciência, Determinação, Auto Confiança e Paixão.

 

O golfe é um esporte que não têm linhas rígidas, não faz exigências, não cria barreiras ou limitações à sua prática, diferentemente de outras modalidades. Um jogador de golfe pode ser alto ou baixo, fraco ou forte, gordo ou magro, jovem ou velho; pode ser jogado entre homens e mulheres; oferece a oportunidade de acertar em apenas uma única tacada e pode ser jogado em total silêncio.

 

No mundo corporativo as exigências são diferentes, e você pode aprender a jogar G.O.L.F.E., com os tacos da(o):

 

Grandeza - encontre a sua paixão interior e inspire os outros a encontrar a deles.

Objetivo -  ter a compreensão de onde você está agora e onde deseja chegar.

Liderança – conquistar o hábito de liderar a si próprio para depois liderar os outros.

Foco – saber qual o caminho e a direção por onde devemos iniciar e terminar.

Execução – criar a cultura da execução disciplinada com reconhecimento.

 

 

 

Possivelmente construirá uma estrada de realizações e sucesso. Não espere mais, entre em campo e dê a sua melhor tacada, com a leitura do Capítulo III, “A Execução – Como Fazer Acontecer”, como parte do livro digital nominado “Gestão de Pessoas como a Alavanca Estratégica do Século XXI”, editado pela ABRH Nacional fortalecendo a sua missão de “Disseminar conhecimento sobre o mundo do trabalho para desenvolver pessoas e organizações, influenciando na melhoria da condição social, política e econômica do país.”

 

 

Capítulo III - A Execução – Como Fazer Acontecer

           

A analogia entre execução e golfe desse capítulo está apoiada no livro Execução: a disciplina para atingir resultados de Ram Charan e Larry Bossidy.

No jogo de golfe existe uma frase muito comum: “você erra todas as tacadas que não dá”. A execução disciplinada da técnica, a atitude e o planejamento farão a diferença entre você ser um campeão ou um sonhador. Imagine essa situação:

 

Estamos no final de novembro, você contratou uma consultoria recomendada por um amigo para desenvolver o planejamento estratégico da sua empresa, para o próximo ano, com a expectativa de aproveitar as oportunidades e melhorar os resultados. Foram marcados os encontros com todos os líderes setoriais, e de forma participava, ao final dos trabalhos chegaram com todas as metas desdobradas por departamentos, com os seus respectivos planos de ação e indicadores, com a equipe unida e muito motivada para realizar o que haviam se comprometido. Você está animado, entusiasmado e até confiante nos resultados futuro, porque tudo deu certo e o trabalho fechou de forma maravilhosa, conscientemente acreditando que, não tem como dar errado!

 

O ano seguinte chegou ao fim, e para sua decepção as metas não foram concretizadas, os indicadores ficaram abaixo dos acordados no encontro do ano passado, a equipe está assustada e em conflitos, a motivação foi para o ralo, tendo como consequência um resultado medíocre. A pergunta que está no ar é: “onde foi que errei? por que deu tudo errado?”. Nessa hora a explicação mais comum é que a estratégia estava errada, entregando a esse único tema o causador mor do insucesso.

 

A verdade é que as estratégias frequentemente dão erradas porque não foram bem executadas; as coisas que deveriam acontecer não aconteceram, por incapacidade de liderança e gerenciamento. Sem execução, uma ideia inovadora se esfacela, uma aprendizagem sem efetivação não agrega valor, um profissional não consegue cumprir seus objetivos e as revoluções necessárias na organização morrem na praia.

 

Sem uma boa execução a empresa consegue uma mudança para pior, pois o fracasso consome energia de toda organização. Como dizem os autores: “a execução é o elo perdido entre aspirações e resultados”, sendo o mais importante trabalho a ser realizado pelos líderes. Se você estiver com líderes que não sabem executar no barco, é hora de repensar todo seu design organizacional.

 

Quando pedimos para as pessoas explicarem o que é execução, em geral as respostas são boas, elas dizem: “é fazer acontecer as coisas; é fazer aquilo que foi planejado; é atingir as metas”, entre outras falas. Mas quando se pergunta como fazer acontecer, o assunto fica enlanguescido, quer seja para acadêmicos ou CEO´s de várias empresas; fica evidente que ele não tem a mínima ideia do que significa executar. Para se entender com propriedade o que é execução, você precisa ter em mente três princípios fundamentais:

 

  • Execução é uma disciplina e parte integrante da estratégia.

  • Execução é a principal tarefa do líder na organização.

  • Execução deve ser um elemento chave da cultura de uma empresa.

 

Antes de explicar os três princípios para a execução, farei um paralelo com algumas estatísticas do golfe. Uma pesquisa realizada no www.dizzyheights.com mostrou que:

 

  • 54% dos jogadores possuem um claro objetivo de handicap (nível de jogo), enquanto 21% não o consideram importante.

  • 80% dos jogadores disseram que jogam há mais de dois anos e 65% deles há mais de cinco; 46% fizeram no máximo cinco aulas até que não começassem mais ou menos a jogar, e somente 17% dos jogadores ativos afirmam que fazem aulas e treinos regularmente.

  • 7% dos jogadores não praticam nunca, entram no campo e simplesmente jogam. Apenas 28% praticam sempre antes de ir ao campo.

 

O jogador deve buscar na prática a qualidade da execução, e não somente a quantidade. O golfe é um jogo feito de constantes execuções e de muita repetição, exigindo disciplina para executar regularmente bem as tacadas. Disciplina tem origem etimológica da palavra "discípulo", que significa "aquele que segue".  O golfista só terá bons resultados em sua execução se tiver disciplina para treinar semanalmente, desenvolver sua estratégia, utilizar seus melhores recursos e executar com perfeição o seu swing.

 

Apresentaremos três premissas para o sucesso na execução e resultados:

 

As 3 Premissas da Execução

 

Primeira Premissa - Execução: uma disciplina

 

Fazer o levantamento dos cenários, identificar ameaças e oportunidades, pontos fortes e fracos e decidir os objetivos, é um bom começo, mas incluir no planejamento a habilidade disciplinada da organização para a execução é fundamental. A execução é um processo ordenado com debates intenso dos “comos e quês”, discutindo, questionando, levando adiante o que foi decidido e assegurando que as pessoas cumprirão suas responsabilidades pela execução. Os autores descrevem que: “No seu sentido fundamental, executar é uma forma sistemática de expor a realidade e agir sobre ela”.

 

Como vimos no livro III, a maioria das empresas não encaram a realidade nua e crua muito bem, dificultando o processo eficaz da execução. É importante ressaltar que há três processos-chaves no centro da execução. Primeiro o processo de pessoal, segundo o processo da estratégia e o último o processo da operação, que deverá ser cuidadosamente e constantemente acompanhado pelo executivo principal da empresa, com significativa dedicação de tempo e revisões contínuas, promovendo encontros com as equipes, estimulando-as ao debate, a discussão e a um diálogo consistente para identificar a realidade e a necessidade de correção de rota, envolvendo e comprometendo as pessoas para fazerem as coisas certas acontecerem, recompensando os que conquistaram melhor desempenho.

 

A execução deverá ser aplicada com disciplina, intensidade e profundidade. O líder é o maquinista do trem, os vagões são os departamentos e ele deverá conduzir as pessoas, a estratégia e a operação na hora certa e principalmente nos trilhos certo.

 

Algumas perguntas podem ajudá-lo a visualizar se está no trilho certo ou não:

 

  • Quem irá fazer o trabalho? E como será avaliado e responsabilizado?

  • Que recursos humanos, técnicos, de produção e financeiros são necessários?

  • A estratégia produz o lucro necessário para o sucesso?

  • A estratégia pode ser desmembrada em iniciativas factíveis?

  • As pessoas envolvidas nos processos discutem essas questões, descobrem a realidade e chegam a conclusões específicas e práticas?

  • Todos concordam com suas responsabilidades por fazer as coisas e se comprometem com suas atribuições?

  • Os processos são intimamente interligados, e não compartimentalizados entre as equipes?

  • A estratégia leva em conta as pessoas e a realidade operacional?

  • As pessoas certas estão nos lugares certos?

  • As operações estão ligadas aos objetivos estratégicos?

  • Os líderes de setores são os verdadeiros donos dos seus processos?

 

É prática nos torneios de golfe oferecer a sexta feita para o reconhecimento do campo e treino, sendo o jogo para valer no sábado e domingo. Foi numa sexta-feira, em Torres / RS, no meu primeiro torneio fora de Gramado e pela federação, que aprendi a maior lição sobre planejamento, disciplina e execução de resultado.

Após duas hora e meia de viagem de carro, com mais três amigos, aproximadamente às 14h, cheguei eufórico no campo de Torres, fiz um aquecimento básico e sai dando as tacadas que havia treinado, toda semana, no campo de Gramado. Logo no primeiro buraco, que fica ao lado do Rio Mampituba (faz divisa entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina e em Tupi-Guarani quer dizer Rio de Muitas Curvas), deixei de presente aos peixes desse rio quatro bolinhas. 

Não estava entendendo o porquê os resultados das minhas tacadas não eram bons, ao final do treino perdi quinze bolinhas na água e fora do campo, em menos de duas horas de treino. Para jogar o torneio nos dias seguintes comprei vinte e cinco bolinhas com o dono do barzinho, só imaginando o que poderia acontecer no sábado e domingo.

 

 A euforia se transformou rapidamente em pânico, com a minha voz interior perguntando como seria participar do torneio assim desse jeito, passaria vergonha diante dos amigos e de todos que estavam lá, e nesse momento tomei a decisão que isso não iria acontecer. Após o jantar da sexta feira fui para o hotel e peguei o cartão do treino com as frustrantes marcações de tacadas e me dediquei a um profundo estudo do que havia acontecido, buraco a buraco, montando uma estratégia para cada jogada, levando em consideração as variáveis do campo, anotando inclusive os tacos que seriam usados a cada buraco e também qual seria a melhor direção para dar a tacada, contando com a possibilidade de errar, também descrevi o plano “B” das tacadas. Somente para você entender essa estratégia, existem buracos que se o erro for pela direita a bolinha poderia sair do campo e/ou cair em algum lago, sendo assim seria melhor errar pela esquerda, mesmo com o erro ainda estaria em jogo e com menos penalidades.

 

Com medo do resultado, mas determinado a seguir disciplinadamente o que havia planejado, fui para o tee do 1, peguei o cartão e conferi o que estava escrito, e executei na integra a estratégia traçada, quando me dei conta do resultado do primeiro buraco que fora exatamente o programado, retomei a autoconfiança e continuei a executar, disciplinadamente, o que havia planejado. No final do jogo ao fazer a soma das tacadas fiquei quatro tacadas abaixo do campo, ganhando o terceiro lugar no torneio aberto de todo o RS. Um resultado maravilhoso para quem nunca havia jogado fora e em um torneio aberto com os melhores jogadores do Estado do Rio Grande do Sul.

 

A disciplina na execução é uma arma para o sucesso. Esse é um hábito que podemos copiar de outras culturas. É comum ver o nosso jeitinho brasileiro executando diversas ações sem muito planejamento, treinamento e disciplina, contando com a intuição, nosso jogo de cintura e comentários do tipo: “na hora eu dou um jeito, deixa comigo!”. Disciplina é bom e faz bem para o resultado desejado.

 

Segunda Premissa - Execução: a principal tarefa do líder

 

Algumas pessoas tem a ideia do líder na montanha. É o profissional que fica no topo da montanha, utilizando de sua inteligência e pensamento para bolar as estratégias do caminho, desejando que todos sigam cegamente sua visão de futuro, porem quando chega a hora da operática (colocar as coisas em operação) ele delega, porque não gosta de sujar as mãos ou cuidar dos detalhes. Essas tarefas são para os cargos abaixo em sua hierarquia.

Essa forma de pensar é um bom sinal de resultados insatisfatórios, até mesmo uma falácia nos atuais dias. O líder de uma organização ou setor deverá estar envolvido e comprometido de corpo e alma com os detalhes, os processos, as pessoas e tudo que possa interferir e/ou criar obstáculos para a realização dos objetivos. O líder executor conseguirá êxito em sua empreitada se conhecer profundamente o negócio da empresa em que trabalha, as pessoas que atuam nessa organização, o domínio detalhado dos processos e como contribuir para um ambiente de execução.

 

É possível correlacionar a execução a um time, de qualquer tipo de esporte, com a indagação de como seria um time se o seu treinador (líder) passasse o tempo todo no escritório negociando novos contratos de jogadores, enquanto delega o treinamento físico e tático para seu assistente? Um treinador é eficiente porque está sempre observando seus jogadores individualmente e coletivamente no campo e até no vestuário para conhecer os seus hábitos, suas habilidades, suas experiências e seus conhecimentos, focado na execução de colocar a pessoa certa, no lugar certo e na hora certa no campo, como também, saber qual pessoa tem determinado talento para treiná-la em seus pontos fortes e usufruir dessa habilidade em sua execução estratégica.

 

Um líder com habilidade de execução faz perguntas difíceis que todos precisam responder, estabelece o tom adequado na organização, baseia-se nos fatos e na realidade, esse líder entra em campo para mostrar como se faz, muitas vezes faz junto com a equipe e sabe gerenciar os três processos chave (pessoal, estratégia e operações) com integridade e vigor. O fato de você conhecer e gerenciar os detalhes, não significa que deva tolher a autoconfiança das pessoas, tirando suas iniciativas e sufocando suas habilidades de pensar e executar. Tente entender que há uma diferença entre liderar uma organização e controlá-la.

 

Os líderes que gozam de superações mergulham, com responsabilidade, na execução dos principais detalhes, fazem bom follow-up, verificam se as pessoas compreenderam as prioridades, usando todo seu conhecimento para investigar e questionar possíveis acontecimentos e pontos francos do processo; porem consegue unir sua equipe para eliminar os acontecimentos e transformar os pontos francos em oportunidades de sucesso. O líder que executa, sequer precisa dizer às pessoas o que fazer; faz perguntas de forma que elas próprias descubram o que precisam fazer, tem o hábito de circular na empresa, o que é útil e importante, mas apenas se o líder que faz isso souber o que dizer e o que ouvir.

 

Aparentemente o jogo de golfe é jogado de forma isolada, não havendo o exercício de liderança como em várias atividades em equipe. Realmente na sua maior parte é assim, mas existem situações em que o líder tem um papel importante para o resultado de uma equipe de golfe. Em alguns torneios são inscritos delegações de países ou estados; nessa empreitada haverá um líder para planejar, organizar e motivar a equipe para o sucesso, como também, em torneios de duplas, onde o golfista mais experiente, com handicap menor, trabalha com o seu parceiro em um processo de liderança, debatendo a melhor jogada ou concluindo qual o lado e direção da caída do green para embocar.

 

O professor de golfe também assume o papel de líder na análise dos fundamentos do swing do seu aluno, identificando os seus erros e orientando-o para as mudanças, de acordo com as características do seu liderado. Ele não pode exigir um swing longo com giro completo para um golfista com mais de 60 anos, como ele não pode pedir a um principiante bater um ferro 7 a mais de 150 jardas. Na verdade, no golfe, a maioria das vezes você é o seu próprio líder, sendo os seus pensamentos e o diálogo interno de sua consciência combinados com a execução que trabalharão a favor do seu estado de espírito, e principalmente na sua confiança para a tacada, facilitando a execução e o resultado do jogo.

 

   Terceira Premissa - Execução: Criando uma cultura de Execução

 

Criar uma cultura de execução não é como um simples apertar de um interruptor para acender a luz do pátio; não se consegue com o lançamento de um programa na empresa, regado com folders, festas e palestras que a cultura da execução acontece. É um processo que inicia com a energização e o exemplo prático do líder, e continua passo a passo com os acontecimentos diários, identificando e corrigindo os problemas, construindo melhorias contínuas de qualidade e performance.

 

Para que a cultura da execução se instale em sua organização é fundamental que as pessoas sejam treinadas com conceitos, princípios e ferramentas simples e úteis, sendo praticado continuamente por todos os líderes e em todos os níveis internos na organização. Parece-me tão simples e importante que a execução aconteça nas organizações, que as pessoas tenham consciência dessa atitude, até mesmo na sua vida pessoal, mas fica a pergunta: por que a execução é tão negligenciada?

 

Tenho a impressão que as pessoas, inconscientemente, não ignoram a importância da execução, elas têm consciência da sua ausência, sabem que alguma coisa está faltando para os resultados aparecerem, sabem que os compromissos não foram cumpridos, ou melhor, executados conforme o combinado. Pode até parecer que a execução não é algo tão importante, e isso acontece em diversos níveis na organização. Por que será?

A crença do mundo virtual inspira as pessoas a abonar a ação de apenas clicar um “Enter” ou um toque no mouse para as coisas acontecerem; conceber uma ideia exige um desafio intelectual, mas transformar essa ideia em um conjunto de ações executáveis é um enorme desafio intelectual, emocional e criativo. Albert Einstein levou mais de uma década para desenvolver e executar uma prova detalhada com cálculos matemáticos que explicasse a teoria da relatividade. Se um líder estiver em dúvida sobre a capacidade de sua organização em executar, deverá analisar algumas questões importantes como:

 

  • As pessoas certas estão compromissadas em fazer as coisas acontecerem?

  • A responsabilidade de cada um está compreendida e clara?

  • O sistema de incentivo e motivacional em torno dos objetivos estão ativados?

 

Sete Comportamentos do Líder Executor

 

A linha de pensamento dos autores consideram que: “Liderança sem disciplina de execução é incompleta e ineficaz. Sem habilidade para executar, todos os outros atributos de liderança ficam vazios”. Para complementar esse pensamento, são abordados sete comportamentos essenciais do líder executor:

 

  • Conheça seu pessoal e sua empresa. O líder tem que vivenciar o dia a dia das pessoas e da empresa, para conhecê-las, tem que saber filtrar as informações e percepções da sua equipe e têm que estar aonde a ação acontece. Para o jogador de golfe seria o mesmo que conhecer o campo e as caídas do green.

  • Insista no realismo. É o cerne da execução. Nas organizações há pessoas e líderes que ficam desconfortáveis para enfrentar a realidade, por isso, tentam evitar, e até encobrir, o que de fato está acontecendo. Muitas vezes não conseguem ter as respostas e/ou a solução para temas delicados, que de fato está afetando concretamente os resultados do negócio, por essa razão escondem os erros, as falhas e as inconformidades no processo, não querem ser portadoras de más notícias ou serem encarados como causadores dos problemas.

 

É tanto verdade esse fato que basta pensarmos o quanto é difícil para as pessoas falarem sobre os seus pontos negativos ou os da empresa em que atuam. A execução eficaz só acontecerá se houver o enfrentamento da verdade e o realismo dos fatos.

É muito difícil o jogador de golfe ter todos os fundamentos das tacadas em qualquer situação plenamente dominada. Existem vários pontos negativos. Os mais comuns são: sair de uma banca de área; bater em uma grama alta; bater uma bola baixa para não pegar no galho da árvore a sua frente entre outros. São situações reais de qualquer campo, por isso o golfista deverá ser realista e treinar certas tacadas que normalmente não as desempenha bem, e assumir seus pontos fracos para poder melhorá-los.

 

  • Estabeleça metas e prioridades claras. Os líderes executores focam em três ou quatro prioridades claras e realistas, para produzir melhores resultados com os recursos disponíveis. Um líder com dez ou mais metas na verdade não consegue identificar suas prioridades, e com isso cria impedimentos para a execução.

 

A simplicidade também é uma das características do líder executor. Se ele falar de maneira que as pessoas consigam entender facilmente, se simplificar as coisas complexas, se avaliar e agir sobre os problemas de forma fácil, a simplicidade da execução será senso comum na organização.

Um dos grandes segredos no golfe é o jogador compreender que não adianta pensar nos 18 buracos de uma vez para ganhar o torneio. Esse jogo é jogado com metas e objetivos claros a cada buraco. O golfista terá êxito se decidir pela simplicidade, evitando tacadas mágicas e muitas vezes tomar a decisão de jogar a bola para trás para ganhar uma tacada na frente.

 

  • Conclua o que foi planejado. Ter metas claras sem execução não tem valor nenhum. Existem diversas falhas na continuidade das ações, o principal motivo está na má execução do que foi planejado. Pense nesse momento em quantas reuniões você participou em que as pessoas foram embora sem terem clara a decisão de quem iria fazer o quê e quando! Ou mesmo que as decisões e as pessoas responsáveis tenham sido definidas, mas no meio do caminho surge um outro problema importante e todos passam a focar o último problema, deixando de lado a decisão anterior! A regra é simples: “assunto decido, pessoa alocada cumpra-se”.

 

Geralmente quando o golfista muda sua decisão no meio do caminho, como exemplo pegar um taco 9, e na última hora trocá-lo por um 8, alguma coisa sairá errado. Se a análise de todas as variáveis foi correta e o planejamento da jogada foi decidido, o golfista deverá simplesmente executar, e o resultado com certeza será excelente.

 

  • Recompense quem faz. O líder que não entender que as pessoas para produzirem resultados precisam ser recompensadas, e que há uma relação direta no incentivo com o desempenho dos funcionários, terá problemas na execução das tarefas e metas. Ainda vemos organizações que não se preocupam em diferenciar os salários, prêmios e outros meios aos funcionários que, pelo bom desempenho, atingem resultados, dos que não conseguem. O líder executor deve criar uma cultura e mecanismos que privilegie a relação recompensa verso desempenho.

 

As recompensas do golfista estão nos aplausos e comentários positivos dos amigos sobre seu jogo, e principalmente com o recebimento do troféu como vencedor do torneio. O escudo é uma prática de reconhecimento interessante nos clubes de golfe, que eterniza o jogador. Quando um jogador faz um hole in one (emboca com apenas uma tacada) ou vence em primeiro lugar um torneio importante do clube, o nome desse jogador é grafado em um escudo de madeira que, geralmente, fica na principal sala do clube para todos admirarem. É um reconhecimento eternizado e desejado por todos os golfistas. Eu já conquistei o meu!

   

  • Amplie as habilidades das pessoas pela orientação. O líder executor para deixar um legado e preparar seu sucessor e sua equipe, transmitirá todo seu conhecimento, experiência e sabedoria adquirida ao longo de sua caminhada, ampliando as competências individuais e coletivas de todos em sua organização.

 

Ram considera que: “A forma mais eficiente de orientar é observar uma pessoa em ação e então dar feedback específicos”.

O líder deve discutir as questões de negócio e organizacionais com sua equipe, desafiando-os, explorando os prós e contras do tema, as alternativas prováveis de solução, isso é uma forma eficiente de aprendizagem se for feita com honestidade e confiança. A habilidade de orientar uma pessoa está intimamente ligada à arte de perguntar; fazer perguntas ajuda as pessoas a pensarem, a enxergarem a realidade, a analisarem e encontrarem soluções inteligentes.

 

Por conter dezenas de procedimentos e posicionamentos para um swing, é comum o golfista não conseguir identificar o que está fazendo de errado, mesmo os mais experientes, é nessa hora que os amigos procuram lhe dar feedback e orientações sobre o que eles conseguem observar de errado, na intenção de ajudá-lo a melhorar o jogo. As vezes um simples detalhe na indicação para relaxar os seus ombros e mãos, pode mudar em cem por cento o resultado das suas tacadas.

 

  • Conheça a si próprio. O Líder executor, como todos os demais líderes, são dotados de força de caráter e firmeza emocional e devem estar aberto e tolerante à diversidade, pontos de vistas divergentes e novas modelos mentais. Se o líder não conseguir administrar essa situação, não conseguirá executar. A firmeza emocional lhe dá a coragem de aceitar as diferenças, os conflitos e escutar coisas, mesmo que não goste de ouvi-las.

 

Conhecer a si próprio é um ato de autodomínio, facilita a maneira como você lida com suas fraquezas e forças, evitando procrastinação de decisões ou delegação sem o acompanhamento devido. O líder executor sabe lidar consigo mesmo e depois com as pessoas, consegue seguidores por sua confiança e habilidades de ajudar sua equipe a produzir melhores resultados. Ele é uma referência ética e nunca se desvia daquilo que acredita ser correto.

 

O golfe é jogado individualmente, não há adversários a não ser a si próprio. Identificar e conhecer seus limites, pontos fortes e pontos de melhoria, faz parte de um bom golfista executor.

 

Qualidades Chaves do Líder Executor

Os autores identificaram quatro qualidades chaves que formam a firmeza emocional de um líder executor:

 

  • Autenticidade: ser autentico significa ser real não uma imitação, sua pessoa exterior é igual a interior, sem mascara, você é o que faz e fala, não é dissimulado. Para haver confiança é necessário autenticidade, e com ela o líder elimina barreiras e cria condições das coisas acontecerem.

 

  • Consciência de si próprio: Quando você se conhece, você se sente à vontade com seus pontos fortes e administra os pontos de melhorias, transformando os seus erros em aprendizado e crescimento pessoal. É importante ter a consciência que dificilmente um líder é ótimo para executar todas as atribuições como: liderança, tecnológica, administrativa, organizacional, operacional, comercial, com as pessoas entre outras, mas pode implantar mecanismos para auxiliá-lo nas execuções de suas responsabilidades, reconhecendo suas deficiências terá uma oportunidade de fazer as coisas acontecerem mais facilmente.

 

  • Autocontrole: Um dos comportamentos essências para o autocontrole de um líder está em manter o seu ego equilibrado, não se esquecendo de ser humildade com todos e tudo. O seu controle para as mudanças, ideias, flexibilização e adaptação é fundamental para a sua autoconfiança, isso irá facilitar o diálogo, as relações, a execução dos assuntos desconhecidos e não terá receios de dizer: “eu não sei”, buscando apoio frequentemente, dando-lhe base para correr riscos sem ficar se lamentando ou se sentindo vítima do processo, saberão que serão capazes, de alguma forma, solucionar as adversidades.< > comenta os autores que: “quanto mais você puder conter seu ego, mais realista você será sobre seus problemas”. Admitir que você não tenha todas as respostas, saber ouvir e que sempre aprende com outras pessoas, é um bom começo para o sucesso na execução.  

 

 

A união dos comportamentos e qualidades chaves do profissional executor são requisitos requeridos para análise na escolha de um líder. Para atingir o grau de organização eficaz será fundamental contratar e manter, em seu quadro de liderança, pessoas com o DNA da execução. Lembrando que para a liderança conseguir os resultados desejados é necessário que a empresa lhe ofereça estratégias, estrutura, sistemas alinhados e a cultura da execução, igualmente como um hardware e software. Um hardware de um computador é totalmente inútil sem o software.

 

 

Toda mudança de cultura é um trabalho árduo e que demanda muitas ações e tempo no campo dos valores, crenças e normas de comportamento. Essas ações são essenciais para a transformação em uma cultura de execução. Uma das ações que considero importante está na metodologia de recompensar os profissionais de uma organização.

 

 

A grande maioria das avaliações para recompensar um profissional está embasada no desempenho por atingimento de metas. Poucas estão adicionadas com o grau de comportamentos desejáveis que a pessoa verdadeiramente adote no seu dia a dia. Quando você começar avaliar e recompensar as pessoas, além do desempenho, pelos comportamentos de execução, com certeza, seus resultados ficaram impressionantemente maiores.

 

A cultura da execução é facilitada com diálogos realistas, abertos, francos e informais. Dessa maneira a tarefa de coletar informações, compreendê-las e transformá-las em decisões eficazes são simplificadas. Nesse processo não se busca a harmonia, mas sim a provocação e a verdade nua e crua dos assuntos a serem analisados. Os lemas de Jack Welch são: “a verdade acima da harmonia” e “a formalidade impede o diálogo; a informalidade encoraja-o”.

 

Os Processos da Execução

 

São três importantes processos para a execução: O processo pessoal, o estratégico e o operacional. O processo pessoal considerado o primeiro e mais importante, com a premissa de que são as pessoas de uma organização que fazem julgamentos, criam as estratégias e as colocam em operação. Se o processo de pessoal não funcionar perfeitamente, não será possível você viabilizar o seu negócio.

 

O processo pessoal tem como centro de suas responsabilidades a avaliação precisa, madura e profunda dos seus talentos. Posteriormente o desenvolvimento contínuo em termos de liderança e finalmente um plano estruturado e sólido de sucessão para garantir o futuro da organização. O líder terá a atribuição de interligar no processo de pessoal, os marcos estratégicos de curto, médio e longo prazo, juntamente com os planos operacionais, em uma execução eficaz e um acompanhamento disciplinado.

 

A excelência na execução também é conquistada pela sincronização. Trata-se de todas as partes envolvidas na organização terem premissas, objetivos e entendimentos comuns, serem interdependentes com prioridades unidas. Quando ocorrem mudanças de percursos, a sincronização das equipes e líderes naturalmente realinham os processos, os sistemas e realocam os recursos de acordo com as novas necessidades.

 

Uma organização sincronizada acaba obtendo grandes economias em diversos campos de um ambiente corporativo. Basta pensar na economia da comunicação, interpretação e compreensão dos colaboradores diante das mudanças; pense o quanto de economia haverá pela ausência de retrabalhos e desperdícios por estar claro o foco e o rumo a ser seguido. Imagine o ganho de velocidade com as pessoas e principalmente os líderes conversando sobre o que cada ação poderá interferir em seu setor; tente enxergar o quanto de recursos de todo tipo serão poupados, uma vez que toda organização saberá e estará comprometida com as decisões de realocações de recursos.

 

O comportamento, a sincronização e a disciplina para a execução poderão ser o diferencial competitivo do novo século.

 

A cultura da execução no golfe tem paralelo a uma verdade muito instigante: “quanto menos força você fizer para bater na bola, mais longe ela irá. Quanto mais força você bater na bola, menor a chance de acertar a direção e a distância.”. É difícil acreditar nessa verdade, porque a vida toda nós aprendemos que ao bater em algo com mais força, maior será a consequência. Como exemplo, vamos pensar na martelada em um prego; nem sempre bater um prego com muita força você terá como resultado o prego completamente cravado na madeira, muitas vezes ele fica entortado, gerando retrabalho e um novo método para firmá-lo corretamente na madeira, e isso significa você bater o martelo com um certo jeito e com uma determinada força para conseguir êxito na fixação do prego.

 

A tacada no golfe obedece esse mesmo princípio, mas a nossa cultura cria empecilhos para acreditar que quando batemos mais leve na bola, ela ganha distância sem a necessidade de fazer força, resultando em menor desgaste físico e melhor resultado na tacada. O que faz a bola ter uma boa direção e distância é o sincronismo com que você faz o swing, levantando e baixando o taco corretamente com a perfeita simultaneidade no movimento do corpo e velocidade do swing junto à bola. Para obter esse resultado será necessário incorporar a cultura da execução com a premissa de que menos é mais no golfe, e ter a disciplina de executar várias vezes e incorporar essa premissa.

 

Coloque o conceito de execução na sua vida pessoal e profissional e ganhe algumas tacadas de sucesso com muito mais facilidade.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Micro Currículo

Prof. Jefferson Leonardo

• Consultor, Educador Universitário, Palestrante, Articulista e Autor.

• Diretor-Sócio da INOVATIVA consultoria.

• Diretor de Integração Sul na ABRH Nacional.

• Voluntário da Fundação Projeto Pescar e Parceiros Voluntários.

• Em 2012 atingiu a marca de 1 milhão de pessoas que o assistiram em todo Brasil.

• Autor dos livros pela Qualitymark:

- Fazer Acontecer e Fazer por Merecer

- A Equação da Atitude

- Você Erra Todas as Tacadas que Não Dá: uma lição de Liderança
 

                                                       

Site: www.jeffersonleonardo.com.br

e-mail:  jefferson@jleonardo.com.br

fone: (54) 9978-3816

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