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Gestão de Pessoas como a Alavanca Estratégica do Século XXI

A ABRH Nacional tem como seu propósito “disseminar o conhecimento sobre o mundo do trabalho para desenvolver pessoas e organizações, influenciando na melhoria da condição social, política e econômica do país”.

 

Esta Missão tem norteado o trabalho de milhares de voluntários ao longo do tempo. Em 2015 a ABRH completa 50 anos de existência, pautados não em acompanhar as grandes transformações que o mundo tem sofrido mas sim em atuar como agente destas mudanças que afetam pessoas e organizações.

 

Particularmente dado o delicado momento que o Brasil atravessa, pautado por uma enorme crise de credibilidade de suas principais lideranças políticas, o papel que as organizações passam a ocupar coloca-as como protagonistas da vida nacional.

 

Por isso, organizações de todos os tipos, grandes ou pequenas, públicas ou privadas, de qualquer segmento, estão sempre situadas entre dois grandes desafios. O primeiro é mundo dos negócios em si e sua incansável busca por atender o seu público e seus clientes e acionistas, as necessidades de negócios e as pressões por produtividade, competitividade ou globalização. Ao mesmo tempo, existe o chamado para que cada organização deixe seu legado para a sociedade, seja gerando melhores produtos e serviços, seja interferindo nas comunidades onde atuam, seja desenvolvendo práticas sustentáveis. Enfim, impulsionando a construção de uma sociedade melhor. Em última análise essa é a garantia de longevidade da organização.

 

Para lograr esses objetivos, as organizações lançam mão de um cada vez mais sofisticado arsenal de técnicas, ferramentas e metodologias, exigindo grandes investimentos das empresas para manterem-se atualizadas e preparar suas equipes para obter o máximo de aproveitamento desse arsenal. Imaginando um Modelo de Gestão simplificado, qualquer organização precisa cuidar de cinco pilares: Finanças, Clientes e Mercado, Processos e Sistemas, Valores e Propósito e, por fim, Pessoas.

 

As três primeiras dimensões do Modelo de Gestão estão fartamente apoiadas por cursos de formação e aperfeiçoamento, programas de extensão e MBAs, Consultorias especializadas, sofisticados sistemas de informação, farta literatura, metodologias e ferramentas e, acima de tudo, unanimidade entre os gestores de qualquer organização de que é necessário obter a excelência nestas áreas caso a empresa queira ser bem sucedida em sua área de atuação.

 

A quarta dimensão corresponde aos Valores e Propósito da empresa. Apesar de expressar a razão de ser da organização e, portanto, a base de todo o trabalho que a empresa desenvolve, muitas vezes não é tratada com a mesma importância e dedicação de seus principais líderes. Nesta área, a atuação dos gestores de Recursos Humanso tem sido decisiva para transformar este assunto em um pilar estratégico da gestão da empresa.

 

O quinto pilar, o mais óbvio, é o de pessoas. Não deve existir empresa ou dirigente no mundo que não diga que esta é a dimensão mais importante em uma organização: paredes das empresas forradas de fotos de colaboradores, mensagens valorizando sua importância, jornais internos destacando o leque de benefícios à disposição dos funcionários. No entanto, inúmeras pesquisas demonstram claramente que ainda existe, em uma parcela importante de empresas, uma enorme distância entre o discurso e a realidade do dia-a-dia, sob a ótica dos colaboradores. Outra maneira de interpretar esta informação é de que o pilar pessoas pode ser encarado como uma poderosa ferramenta para a busca da excelência nas empresas. Como os demais pilares são bastante bem desenvolvidos em uma parcela cada vez mais expressiva das empresas, aquelas que se tornam excelentes na gestão de pessoas estarão à frente das demais, por qualquer indicador de negócio que se utilize: rotatividade, satisfação de clientes, qualidade de vida, produtividade, faturamento, inovação, capacidade de superação de crises.

 

Como exemplo, estatísticas demonstram que o percentual da população com algum tipo de transtorno de ansiedade e depressão chega a tingir três a cada dez pessoas. Problemas relacionados ao trabalho ou a ambientes de trabalho pouco saudáveis estão no topo da lista das prováveis causas deste quadro. Outro indicador mostra que os índices de rotatividade nunca estiveram tão altos no Brasil, também estimulados pela queda do desemprego. Pesquisas internas demonstram que as preocupações dos funcionários vão muito além de seus pacotes de remuneração ou alguma estabilidade.

 

Em suma, as dimensões técnicas do trabalho, em seus aspectos ligados à finanças, vendas ou sistemas, são mais facilmente mensuráveis e geram planos de ação com acompanhamento periódico bastante objetivo. A dimensão pessoas, no entanto, muitas vezes é apresentada de forma mais subjetiva e, na prática, recebe menor atenção de diretores e presidentes. Por isso, as empresas que obtem excelência na gestão de pessoas fatalmente obtem resultados de negócio superiores à suas equivalentes de mercado.

 

Neste cenário o gestor de RH surge como o grande alavancador de resultados para a empresa da mesma forma que em décadas passadas profissionais de finanças, vendas, marketing ou tecnologia ocuparam. O avanço da relevância desse profissional tem feito com que assuma novas e estratégicas responsabilidades tais como comunicação e responsabilidade social. Este último aspecto transforma o profissional de RH em um farol dentro e fora da organização. Ao estimular o desenvolvimento de melhores profissionais, pautados em valores, melhores cidadãos também estão sendo formados, capazes de interferir ativamente na resolução de grandes problemas que enfrentamos hoje no país. O profissional de RH, ao desenvolver melhores líderes para a organização, também contribui para formar líderes para a sociedade !

 

O papel chave que os gestores de Recursos Humanos estão desempenhando nas organizações, colocando a dimensão Pessoas em seu lugar estratégico adequado, fará com que ao longo do Século XXI as organizações estejam muito mais preparadas para superar os grandes desafios econômicos, políticos e sociais que fatalmente iremos enfrentar.

 

Esta nova iniciativa da ABRH Nacional, preparando seu aniversário de 50 anos, é uma pequena contribuição para o gigantismo do trabalho de desenvolver pessoas, organizações e os líderes dos próximos 100 anos.

 

Bom trabalho a todos, construindo uma sociedade melhor !!

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