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Administrando Empresas com a Liderança dos Funcionários

TODOS POR UM: Por que é fundamental administrar empresas com a liderança dos colaboradores

 

Foi-se o tempo em que a experiência, a competência e a capacidade de impor posições se destacavam como as principais marcas de um bom líder, atributos indispensáveis para gerir bem uma empresa. Cada vez mais são divulgados pesquisas e estudos indicando como as novas formas de gerenciamento das organizações, pautadas pelo reconhecimento das empresas como entidades coletivas, onde ações positivas voltadas aos funcionários, como uma maior participação deles nos rumos das organizações, estão entre as características que distinguem as empresas que têm conseguido os melhores resultados nos últimos tempos.

 

É o que tem mostrado também as pesquisas realizadas pelo Great Place to Work®. A confiança estabelecida entre funcionários e gestores é uma das principais características das empresas premiadas pela consultoria. A credibilidade, o respeito e a imparcialidade são as principais virtudes na forma de gerenciamento desses gestores; e a proximidade dos líderes e funcionários, sem dúvida, é uma das condições necessárias para o cultivo dessas virtudes.

 

Na última pesquisa nacional, em 2012, o conjunto de afirmativas da pesquisa com os colaboradores que formam as dimensões Credibilidade, Respeito e Imparcialidade (ao lado das dimensões Orgulho e Camaradagem, formam a média final) receberam mais de 80% de aprovação por parte dos funcionários. Mais especificamente, afirmativas como “É fácil se aproximar dos chefes e é também fácil falar com eles”, “Eu sou considerado importante independentemente de minha posição na empresa”, “Os chefes confiam que as pessoas fazem um bom trabalho sem precisar vigiá-las” e os “Os chefes aqui dão autonomia às pessoas” foram atestadas por parte de 87%, 82%, 84% e 81% dos funcionários, respectivamente.

 

Mas não é só essa maior proximidade, autonomia, nem o maior respeito dos líderes com os funcionários que tem destacado essas empresas como símbolos de novas formas de gerir organizações, seja ela com 10 ou com 1.000 colaboradores. A maior participação dos funcionários na administração e na própria gestão dessas empresas são aspectos fundamentais que as colocam como líderes em seus segmentos de atuação. Estamos tratando aqui de gestões menos verticais e mais horizontais, que colocam os gestores e colaboradores em um mesmo plano.

 

É o caso, por exemplo, da Kimberly-Clark. Com uma história de sucesso no Brasil, construída principalmente nos últimos 10 anos, a empresa não era conhecida no mercado como é hoje; apresentava problemas de governança, resultados ruins, e também não tinha uma cultura sólida, bem estabelecida. A liderança da empresa era bastante verticalizada. Com o início da troca ocorrida na gestão da empresa em 2001/2002, as mudanças foram inúmeras, tais como: mudanças nos principais níveis de liderança da organização, construção do planejamento estratégico de longo prazo, implantação de ERP SAP com redesenho de processos e modelo de estrutura organizacional, reestruturação de funções e áreas, redefinição do controle, construção de identidade corporativa e imagem institucional.

 

Desde o começo, a decisão foi trabalhar a gestão de negócios junto com a gestão de pessoas. As campanhas anuais da empresa – “Eu sou Kimberly Clark”, “Juntos para Vencer”, “Juntos como Nunca”, “Superação & Harmonia” - tem esse objetivo de alinhar os valores dos funcionários com a empresa, trazendo-os para os assuntos de gestão, fazendo gestores e funcionários caminharem “juntos para vencer”. Todas estas mudanças foram feitas pelos funcionários, que conduziram a Kimberly-Clark ao patamar das melhores empresas do mercado, com resultados melhores a cada ano.

 

Um bom exemplo também é o Centro Universitário UNA, única instituição de ensino premiada pelo GPTW® em 2012. No início da década passada, a UNA era formada por não mais que 600 funcionários e 4.000 alunos, distribuídos em 2 unidades, com uma gestão altamente centralizadora. Com a chegada do grupo Anima, em 2003, iniciou-se um processo de aprimoramento contínuo do modelo de gestão participativa, de forma a garantir que todos os colaboradores tenham canais para se comunicar, com transparência e ética, com os diretores e líderes imediatos, abordando todo e qualquer assunto relacionado à instituição

 

A gestão deixou de ser vertical e passou a contar com a participação efetiva dos colaboradores. Com isso a UNA conseguiu em 2012 alcançar a marca de 20.000 alunos, em 10 unidades, contando com equipe de 1.585 colaboradores e professores, Sendo inquestionavelmente a instituição de ensino superior que mais cresceu em Belo Horizonte na última década e também o melhor centro universitário privado de Belo Horizonte, pelos critérios do MEC/IGC.

 

Exemplo mais marcante ainda é o da gigante em máquinas rodoviárias, a Caterpillar. Mesmo diante da maior crise que passou em sua história, em 2009, onde um expressivo corte de funcionários tornou-se inevitável, a empresa jamais deixou a transparência de lado, informando simultânea e sistematicamente todos os funcionários sobre todas as ações que estavam o ocorrendo; informações boas ou ruins eram transmitidas da mesma forma. Em plena turbulência, lançou a estratégia “Novo Tempo - Empreender para Evoluir” que buscava disseminar o empreendedorismo entre os funcionários. Manteve-os motivados e bastante ocupados com a projeção dos planos futuros da empresa e com o legado que iriam deixar para as futuras gerações.

 

Não por coincidência, essas iniciativas revolucionaram a unidade brasileira da Caterpillar e a transformou numa das principais da corporação. A empresa vivencia um cenário de expansão de sua capacidade de manufatura e cabe à comunicação o papel desafiador de propagar a cultura de empreendedorismo aos milhares de funcionários da empresa.

 

Todas essas empresas pertencem ao grupo de premiadas da lista nacional de 2012 do Great Place to Work®. Nelas, há comunicação, participação e gestão conjunta com os funcionários. A partir dessas virtudes que estas empresas conseguem resultados acima da média de seus segmentos de atuação. Prova da eficiência de formas modernas e mais democráticas de gestão, onde os resultados positivos aparecem com o espírito de equipe e de liderança dos funcionários.

 

 

Consultor da GPTW® Brasil, Bruno Mendonça.

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